segunda-feira, 27 de maio de 2013

A teoria da Extero Gestação.

Entender sobre a extero gestação nos ajudou muito a entender as necessidades do nosso pequeno e o ajudar nessa nova etapa da vidinha dele...Seguir as técnicas diminuiu muito o choro e o stress aqui em casa.
Os bebês humanos estão entre os mais indefesos de todos os mamíferos. Por causa do maior tamanho do cérebro e do fato de que o tecido nervoso necessita de mais calorias para se manter que qualquer outro, grande parte do alimento ingerido é gasto em prover nutrição e calor para as células nervosas. Mais significante é o fato de que nossos bebês necessitam nascer mais cedo do que deveriam, com seus cérebros ainda não totalmente desenvolvidos. Se o bebê humano nascesse já com o sistema nervoso central amadurecido, sua cabeça não passaria pela pelve estreita da mãe no momento do parto. Ao contrário de outros mamíferos, como girafas e cavalos, o recém-nascido humano é incapaz de andar por um longo período após o nascimento, porque lhe falta o aparato neurológico maduro para tanto. O custo primal de ter um cérebro grande é que nossos filhotes nascem extremamente dependentes e em necessidade constante de cuidado.

O crescimento do nosso cérebro após o nascimento é mais rápido do que o de qualquer outro mamífero e segue neste ritmo por 12 meses. 

A seleção natural demanda que pais humanos cuidem de seus filhos por um longo período e que os filhos dependam dos pais. Esta necessidade mútua traduz-se em um estado emocional chamado “apego”.

Em algumas culturas, como na tribo !Kung, bebês raramente choram por longos períodos e não há sequer uma palavra que signifique “cólica”. As mães carregam os bebês junto ao corpo, com um aparato semelhante a um “sling”, mesmo quando saem para a colheita. A relação mãe-bebê é considerada sacrossanta, eles permanecem juntos o tempo todo. O bebê tem livre acesso ao seio materno e vê o mundo do mesmo ponto de observação que sua mãe. 

Nossa cultura ocidental não permite um estilo de vida idêntico ao de tribos primitivas, mas podemos tirar lições valiosas sobre como ajudar nossos bebês na adaptação à vida extra-uterina. 

Nos primeiros 3 meses de vida, o bebê humano é tão imaturo que seria benéfico a ele voltar ao útero sempre que a vida aqui fora estivesse difícil.

É preciso compreender o que o bebê tinha à sua disposição antes do nascimento, para saber como reproduzir as condições intrauterinas. O bebê no útero fica apertadinho, na posição fetal, envolvido por uma parede uterina morninha, sendo balançado para frente e para trás a maior parte do tempo. Ele também estava ouvindo constantemente um barulho "shhhh shhhh", mais alto que o de um aspirador de pó (o coração e os intestinos da mãe).

A reprodução das condições do ambiente uterino leva a uma resposta neurológica profunda "o reflexo calmante". Quando aplicados corretamente, os sons e sensações do útero têm um efeito tão poderoso que podem relaxar um bebê no meio de uma crise de choro. 

Os 5 métodos para acalmar um bebê até 3 meses de idade são extremamente eficazes SOMENTE quando executados corretamente. Sem a técnica correta e o vigor necessário, não adiantam em nada.

1. Pacotinho ou casulo (embrulhar o bebê apertadinho)

A pele é o maior órgão do corpo humano e o toque é o mais calmante dos cinco sentidos. Embrulhadinho, o bebê recebe um carinho suave. Bebês alimentados, mas nunca tocados, freqüentemente adoecem e morrem. Estar embrulhadinho não é tão bom quanto estar no colo da mãe, mas é um ótimo substituto para quando a mãe não está por perto.

Bebês podem ser embrulhados assim que nascem. Apertadinhos, de forma que não mexam os braços. Eles se sentem confortáveis, "de volta ao útero". Bebês mais agitados precisam mais de ser embrulhados, outros são tão calmos que não precisam. 

Se o bebê tem dificuldade para pegar no sono, pode ser embrulhado apertadinho, não é seguro colocar um bebê para dormir com um cueiro solto. Não permita que o cueiro encoste no rosto do bebê. Se estiver encostando, o bebê vai virar o rosto procurando o peito, ao invés de relaxar.

Todos os bebês precisam de tempo para espreguiçar, tomar banho, ganhar uma massagem. 12-20 horas por dia embrulhadinho não é muito para um bebê que passava 24 horas por dia apertadinho no útero. Depois de 1 ou 2 meses, você pode reduzir o tempo, principalmente com bebês tranqüilos e calmos.

2. Posição de Lado

Quanto mais nervoso seu bebê estiver, pior ele fica quando colocado sobre as costas. Antes de nascer, seu bebê nunca ficou deitado de costas. Ele passava a maior parte do tempo na posição fetal: cabeça para baixo, coluna encolhida, joelhos contra a barriga. Até adultos, quando em perigo, inconscientemente escolhem esta posição.

Segurar o bebê de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto ajuda a acalmá-lo (a cabeça fica na mão do adulto, o bumbum encostado na dobra do cotovelo do adulto, com braços e pernas livres, pendurados). Carregar o bebê num sling, com a coluna curvada, encolhidinho e virado de lado, tem o mesmo efeito. Atualmente especialistas são unânimes em dizer que bebês NÃO DEVEM SER POSTOS PARA DORMIR DE BRUÇOS, pelo risco de morte súbita.

O bebê não sente falta de ficar de cabeça para baixo, como no útero, porque na verdade o útero é cheio de fluido e o bebê flutua, como se não tivesse peso algum. Do lado de fora, sem poder flutuar, virado de cabeça para baixo, a pressão do sangue na cabeça é desconfortável.

3. Shhhh Shhhh - O som favorito do bebê

O som "shhh shhh" é parte de quem somos, tanto que até adultos acham o som das ondas do mar relaxante. 

Para bebês novinhos, "shhh" é o som do silêncio. Ele estava acostumado a ouvir tal som 24 horas por dia, tão alto quanto um aspirador de pó. Imagine o choque de um bebê acostumado a tal som o tempo todo chegando a um mundo onde as pessoas cochicham e caminham na ponta dos pés, tentando fazer silêncio!

Coloque sua boca 10-20 cm de distância dos ouvidos do bebê e faça "shhh", "shhh". Aumente o volume do "shh" até ficar tão alto quanto o choro do bebê. Pode parecer rude tentar "calar" um bebê choroso fazendo "shh", mas para o bebê, é o som do que lhe é familiar.

Na primeira vez fazendo "shhh", seu bebê deve calar pós uns 2 minutos. Com a prática, você será capaz de acalmar o bebê em poucos segundos. É ótimo ensinar isso aos irmãos mais velhos, que adorarão poder ajudar e acalmar o bebê.

Para substituir o "shhh", pode-se ligar:- secador de cabelos ou aspirador de pó- som de ventilador ou exaustor- som de água corrente- um CD com som de ondas do mar- um brinquedo que tenha sons de batimentos cardíacos- rádio fora de estação ou babá eletrônica fora de sintonia- secadora de roupas ligada com uma bola de tênis dentro- máquina de lavar louças

O barulho do carro ligado também acalma a criança.

4. Balanço

"A vida era tão rica no útero. Rica em sons e barulhos. Mas a maior parte era movimento. Movimento contínuo. Quando a mãe senta, levanta, caminha e vira o corpo - movimento, movimento, movimento."(Frederick Leboyer, Loving Hands)

Quando pensamos nos 5 sentidos - visão, audição, tato, paladar e olfato - geralmente esquecemos o sexto sentido. Não é intuição, mas a sensação de movimento no espaço. 

Movimento rítmico ou balanço é uma forma poderosa de acalmar bebês (e adultos). Isso porque o balanço imita o movimento que o bebê sentia no útero materno e ativa as sensações de "movimento" dentro dos ouvidos, que por sua vez ativam o reflexo de acalmar.

Como balançar?
1. Carregando o bebê num "sling" ou canguru;
2. Dançando (movimentos de cima para baixo);
3. Colocando o bebê num balanço;
4. Dando tapinhas rítmicos no bumbum ou nas costas;
5. Colocando o bebê na rede;
6. Balançando numa cadeira de balanço;
7. Passeando de carro;
8. Colocando o bebê em cadeirinhas vibratórias (próprias para isso);
9. Sentando com o bebê numa bola inflável de ginástica e balançando de cima para baixo com ele no colo;
10. Caminhando bem rapidamente com o bebê no colo. 

Quando balançar o bebê, seus movimentos devem rápidos mas curtos. A cabeça do bebê não fica sacudindo freneticamente. A cabeça move no máximo 2-5 cm de um lado para o outro. A cabeça está sempre alinhada com o corpo e não há perigo de o corpo mover-se numa direção e cabeça abruptamente ir na direção oposta.

5. Sucção

No útero, o bebê está apertadinho, com as mãos sempre próximas ao rosto, sugando os dedos com freqüência. Quando nasce, não mais consegue levar as mãos à boca. A sucção não-nutritiva é outra forma de acalmar o bebê. A amamentação em livre demanda não é recomendada somente para garantir a nutrição do bebê e a produção de leite da mãe, mas também para suprir a necessidade de sucção não-nutritiva. Alguns especialistas orientam às mães a darem chupetas para isso, mas ainda que a chupeta seja oferecida ao bebê, não deve ser introduzida nas 6 primeiras semanas de vida, quando a amamentação ainda está sendo estabelecida. Há sempre o risco de haver confusão de bicos e o bebê sugar o seio incorretamente. 

É importante lembrar que o bebê nunca chora à toa. O choro nos primeiros meses de vida é a única forma de comunicar que algo está errado. Ainda que ele esteja limpo e bem alimentado, muitas vezes chora por necessidade de aconchego e calor humano. Por isso, falar que bebê novinho (recém nascido até 3 meses ou mais) faz manha (no sentido de chorar para manipular "negativamente" os pais) não tem sentido. Bebês novinhos simplesmente não tem maturidade neurológica para tanto.


Texto elaborado por Flavia Mandic

Bibliografia:

The Happiest Baby on The Block, Dr. Harvey Karp, Bantam Dell, 2002. New York.

Our Babies, Ourselves: How Biology and Culture Shape the Way We Parent, Meredith F. Small, Anchor Books, 1998. New York.

sábado, 25 de maio de 2013

Dia de mulherzinha!

Hoje meu marido me deu um presentão! Foi comigo e passou horas no salão pra que eu pudesse tratar os cabelos (te amo seu lindo!) Não é futilidade não, pra o bem estar de todos eu precisava ajeitar essa juba de leão! kkk
Não estava dando conta de cuidar do cabelo, precisava de algo que transformasse estar com ele bonito em um banho, uma hidratação e vento! rsrs
Abri mão do cabelão, cortei e dei uma escova marroquina. Amei! Essa escova marroquina é tipo uma progressiva, mas sem formol. Ela é a base de uréia, super alisa e promete durar até 40 lavagens! Bom né? Agora tô livre pra cuidar do pitoco e me sentir uma mãe gatinha ao mesmo tempo né? rsrs
Por falar em pitoco, meu filho é um príncipe! Passou horas no salão com o papai, super tranquilão. Dormia, acordava, mamava, dormia... Super boa praça, presenteando a todos com seu sorriso lindo! Apesar de me sentir meio culpada de tirar ele da rotina, deu tudo certo, chegamos cedinho em casa e estou me sentindo outra! rsrs Aproveitei os intervalos dos procedimentos e fiz até unha e sobrancelha! Tô nova! 

Gostei de quebrar a rotina em um momento pra mim, foi super gostoso. É óbvio que para ser bom meu marido tinha que estar lá e Bê não se incomodar. Caso ele ficasse irritadinho era casa na hora! Sem pensar! Afinal o pequeno tá muito novinho e é sempre prioridade! Mas deu pra resgatar a mulher vaidosa e ficar tranquila por pelo menos uns dois meses!! rs (tempo de fazer a manutenção).

Amanhã teremos um encontro super gostoso de mães. O Maternaço. A pauta será um papo sobre amamentação, fraldas de pano modernas e slings, super legal! Vou lá com a família encontrar mães queridas e trocar informações úteis!


Post bem estilo diário... gosto tanto! rs


Nathalie

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Uma coisa de cada vez! Cuidado com a rotina...

Antes de Bê nascer eu tinha a sensação que daria conta da minha rotina rotina mãe/esposa/mulher, que  eu não precisaria abrir mão de coisas que achava importante e hoje me dei conta que mordi a língua! Acho que li blogs demais das mulheres maravilha! rsrs 
Apesar do meu filho ser super tranquilo e nossa rotina já ser bem previsível, não consigo encaixar tudo no meio do dia a dia.
Eu não consigo cuidar das coisas do marido e ter nossos momentos, ainda não vou ao mercado ou na rua, já estou com vontade de cortar o cabelão por falta de tempo pra cuidar, não consigo fazer as unhas (só fiz uma vez após o seu nascimento), na maioria dos dias só tomo banho ou escovo o dente quando o marido chega do trabalho, malhar então, nem pensar!
Me sinto muito privilegiada por ter ajuda em casa, temos uma secretária que cuida das tarefas domésticas e eu cuido exclusivamente de Bê. Sei que eu poderia incluir mais coisas na nossa rotina mas estou tão imersa na maternidade que não dou foco.
O tempinho que aparece entre as dormidas, estou lendo, pesquisando, conversando com outras mães, imaginando como contribuir para o melhor desenvolvimento dele...

Adoro meus momentos com o meu filho e não os trocaria por nada, mas sinto que preciso me organizar melhor para que a rotina daqui de casa, com o maridão e a vaidade não fiquem em zero né? E acredito que há como fazer isso sem comprometer meu tempo com ele.

Pensei em algumas alternativas pra otimizar meu tempo:

-Ao acordar Bê é super tranquilo, risonho. Após a sua mamada o deixarei no berço um tempinho, com os mobiles que ele adora e corro pro banheiro, banho, dentes, pentear cabelo, pra começar o dia com a cara boa né? rsrs

-Normalmente Bê acorda às 6h e tira seu primeiro cochilo (no sling) entre 8/9h da manhã, nesse tempo pretendo tomar café com calma, priorizar leitura, pesquisa, blog, orientar a secretária nas rotinas de casa...

-Durante a tarde ele está mais ativo, daí o tempo é dele mesmo, muitas brincadeiras, atenção, conversas, beijinhos e peito.

-À noite meu marido passa boa parte do tempo com ele, essa é a hora pra cuidar da vaidade, lavar cabelo com calma, fazer hidratação, ajeitar as unhas, organizar minhas coisas, a hora das mulherices... Ainda me sinto mal de me afastar dele, portanto, sem coragem de começar a academia. Quando ele completar 3 meses, assim que o maridão chegar do trabalho, corro na academia do condomínio, faço minha esteira e volto. Tranquila!

-Bê dorme às 20h, estou acostumada a capotar ao lado dele esse horário, é uma delícia, mas esse é o momento ideal pra dedicar ao maridão, pelo menos uma horinha. Conversar, namorar, jantar com calma ao seu lado...Não posso abrir mão.

-Quanto as idas ao salão vou fazendo como der, vou com ele e o marido, dou de mamar e o marido carrega, faço a unha correndo, se chorar pego no colo...Marido parceiro é fundamental nessas horas! rsrs

-Já decidi abrir mão do cabelão e vou fazer uma escova marroquina (tipo progressiva liberada durante amamentação), que daí passo um bom tempo sem precisar gastar tempo com cabelo, lavou, secou, tá lindo! rsrs


Quero poder dar conta de todas as áreas da minha vida sem comprometer meu precioso tempo com meu príncipe. Acho que com dedicação e cuidado é possível sim! Tantas mamães que além de tudo isso ainda cuidam da casa, da comida, das roupas! Nossa! Admiro muito!
Tenho curiosidade de saber como é a rotina de outras mães nesse período, como vocês gerenciam o tempo?


Beijo,


Nathalie

segunda-feira, 20 de maio de 2013

E com Bernardo nasceu a "maternagem"!

Eu já esperava que o nascimento de meu filho mudaria minha vida, mas não como mudou. Me sinto muito diferente, muito mais leve. Passei a perceber o tamanho da nossa responsabilidade (minha e do pai) de criar uma criança pensando e atendendo as necessidades dela, e não apenas as minhas. É preciso apego, entrega e se ouvir ao instinto, ele conduz até a melhor maneira de criar! 
Dentro dessa nova percepção sobre maternidade muita teoria foi desfeita dentro da minha cabeça, todos os conceitos de Nana Nenéns e Encantadoras de Bebês que faziam tanto sentido passaram a ser anti-naturais e até mesmo bizarros. Me senti meio idiota por muitas decisões, gastos, convicções e julgamentos que fazia. O bacana é ter percebido isso tudo bem cedinho, a tempo de oferecer o meu melhor a Bernardo.

Descobri a maternagem e um jeito meu, instintivo de criar meu filho. Sempre respeitando suas necessidades e sentimentos, sempre respeitando meu corpo e a solidez das relações que esperamos no futuro. A criação pelo apego (Attachment Parenting) passou a ser o meu refúgio, isso sim faz sentido pra nossa família, para o que esperamos para o nosso lar.
Apesar de não existir regras ou cartilhas para criação pelo apego, existe um conceito e certos princípios, baseados em evidências científicas, que comprovam a eficácia e sucesso de sua aplicação.


Para entender:


O Attachment Parenting é sobre criar relações fortes e saudáveis entre pais e filhos. Isso nos desafia, como pais a tratar nossos filhos com gentileza, respeito, dignidade e a modelar nossas interações com eles como gostaríamos de interagir com os outros.
É um retorno aos nossos instintos. São práticas, ferramentas para suprir a necessidade da criança em confiança, empatia e afeto, que vão fornecer à criança um fundamento para uma vida de relações saudáveis.
Estudos apontam que bebês nascem com necessidades fortes de proximidade física com seu cuidador durante os primeiros anos de vida. Essas necessidades são resumidas em: proximidade, proteção e previsibilidade. Os bebês choram, reclamam, sugam -são suas formas de ter a mãe por perto. Ao crescer se sentindo segura em sua relação com a mãe, o bebê se sente confiante para explorar e desenvolver relações fortes e saudáveis com outras pessoas importantes em suas vidas. Cada família é única, com necessidades e recursos próprios.
Os oito princípios são ferramentas que cada pai e mãe devem usar como for melhor para o equilíbrio familiar. Você não precisa utilizar todas as ferramentas de uma vez.
 Os oito princípios
1- Preparar-se para gravidez, parto e paternidade.
Tornar-se física e emocionalmente preparada para gestação e o parto. Procure conhecer a  assistência e ambiente do parto, conheça as rotinas hospitalares com os bebês.
A maneira como se inicia a relação ajuda a formação do vínculo. Os primeiros dias e semanas são muito importantes, mas não é um “agora ou nunca”.
Conhecer os estágios do desenvolvimento infantil, para tornar as expectativas reais e ser flexível.
Nascer com respeito é um primeiro momento, é a recepção que estamos dando a esse ser que vem ao mundo.
*Na nossa realidade isso surgiu a partir da escolha pelo parto natural, na nossa opinião a maneira mais respeitosa de receber nosso filho.
2-Alimentar com amor e respeito
A amamentação é nutricional e emocionalmente perfeita. Uma forma certeira de formar o vínculo seguro entre mãe e bebê. É um exercício de leitura do bebê. Ajuda a ler as pistas, a linguagem corporal é o primeiro passo para conhecê-lo. A amamentação cria a química perfeita. Quando não acontece, é importante adotar formas de nutrir que permitam a relação física e emocional.
*Leite materno em livre demanda por no mínimo 6 meses e preferencialmente até quando ele queira. O bebê precisa ser atendido quanto à necessidade do seio não apenas por fome, mas para ajustar as suas necessidades nutricionais e habilidade de sucção, mas também pela segurança, proteção e contato com a mãe. Aqui em casa, é peito a qualquer hora que ele queira, sem limite de horários, intervalos ou contagem de tempo.
3-Responder com sensibilidade
Construa o fundamento de confiança e empatia já no começo. Sintonize-se no que seu bebê está comunicando a você. Responda consistente e apropriadamente. Bebês não sabem se acalmar sozinhos, atente-se ao seu choro. A resposta sensível constrói a confiança. Os pais constroem gradualmente a confiança em sua capacidade de responder às necessidades do bebê corretamente. Bebês não choram para manipular, eles não têm esse raciocino ainda, o choro é sua maneira de comunicar. Cuidado com os conselhos do tipo: deixar chorar, não acostumar mal, não mimar e etc.

Confie em sua intuição, pouco a pouco ela aflora.

Os bebês precisam de pais calmos, carinhosos e empáticos para ajudá-los a aprender a regular suas emoções. Responda à uma criança que está magoada ou expressando uma emoção forte. Compartilhe de suas alegrias sempre.
*Nunca deixamos Bê chorar sem investigar o que ele precisa. O choro é a sua única ferramenta de comunicação. Como não atender? Como negligenciar? Ao ser atendido ele se sente seguro e pleno, aqui continuará assim, sempre.
4- Use o toque:

O toque fornece ao bebê contato físico, afeto, segurança, estímulo e movimento.
*Massagens, carinhos e muito estímulo físico, afeto e colo, muito colo!
Use Babywearing (carregadores de bebês) do tipo sling, wrap e companhia.
*Usamos o wrap sling todos os dias, sem exceção  O Bê fica quentinho, protegido, em posição que o lembra quando ele estava no útero, pertinho da mamãe e com acesso livre ao seio. Ítem mais importante de todo o enxoval.
Massagem
A forma como toca e carrega o bebê é essencial para seu desenvolvimento. Não deixá-lo no estado de pacote, para não se fechar sobre si mesmo, permitir que ele tenha confiança em si através da sua própria corporalidade. Por que o toque é tão importante?
Existem muitos tipos de memórias, as que você pode trazer à consciência são lembranças, mas existem aquelas que deixam traços em nós mas que não vem à tona, não tomamos consciência, mas que estão lá e em alguns momentos da vida aparecem como armadilhas emocionais. No inicio da vida não temos a linguagem, então os traços de memória são corporais, a emoção fica impregnada na nossa corporalidade.
5- Cuidando durante a noite
Não existe um fórmula , pois cada bebê é único e sua família também é única. Descubra uma forma em que todos dormem bem e esta será a mais adequada à sua família.
Bebês e crianças têm necessidades durante a noite assim como durante o dia. Eles dependem dos pais para acalmá-los e ajudá-los a se regular. Os treinamentos noturnos têm um efeito físico e psíquico, então muito cuidado com os métodos do tipo Nana Neném.
A cama compartilhada tem seus benefícios para os bebês que demonstram dificuldade à noite, alguns tem angústias noturnas, e o contato físico, a proximidade minimizam isso. Além disso, tende a facilitar o aleitamento em livre demanda. A cama compartilhada pode inclusive reconectar os pais que trabalham fora a seu bebê. O bebê vai adquirindo seus recursos para se tornar independente através da confiança que tem em seus pais.

*Nos primeiros dias em casa tentamos que o Bê dormisse no berço de apoio ao lado da nossa cama, mas após todas as mamadas ele despertava e não conseguia mais dormir. Isso tornava nossa noite exaustiva, dia após dia. Até que o instinto e a necessidade de dormir falaram mais alto e o coloquei ao meu lado na minha cama, o amamentei deitada e assim adormecemos juntos e a noite foi deliciosamente revigorante. De lá pra cá não encontramos nada que justificasse separá-lo de nós enquanto ele precisa, se sente seguro, alimentado e feliz.
Óbvio que são necessarias algumas medidas de segurança, farei adiante um post falando detalhadamente sobre o conceito e nossa experiência com a cama compartilhada.

6- Cuidado consistente e afetuoso

A idéia é prevenir separações longas que tragam ansiedade e estresse às crianças pequenas. Também quando for necessário que os pais se separem dos filhos por conta de trabalho, observar e responder com cuidado aos sinais que a criança dá que de que a separação é difícil e causa angústia. Creches por mais de 20 horas por semana podem causar extremo estresse emocional, melhor a opção de um “cuidador” em casa. As crianças para se desenvolverem devem ter momentos de privacidade, e intimidade, e as escolinhas não tem esse espaço. O desenvolvimento social que o bebê demonstra ter ao iniciar-se na creche pode ser em detrimento de sua segurança afetiva. Por isso dê ouvido aos choros de seu bebês. Mais uma vez cada um é único é você só vai saber se está tudo bem com ele se tornando um expert do seu bebê.

7-Praticar educação positiva

Tratar nossos filhos como gostamos de ser tratados!  Extremamente difícil!
Disciplina positiva tem como filosofia levar a criança a desenvolver uma consciência guiada por suas própria disciplina interna e compaixão pelo outro. Não é deixar fazer o que ela quer. Crianças precisam que mostremos o caminho. A punição enfraquece em parte a conexão entre os pais. Traz os sentimentos de vergonha, injustiça, humilhação. Bater ensina que a violência é a forma de resolver conflitos e problemas.

Analisar sua própria infância e educação recebida é o primeiro passo para mudanças de atitudes com nossos filhos.
8- Equilíbrio
O equilíbrio de todos os membros da família é importante, dar ouvidos às suas necessidade permite que a intuição e conexão entre todos aflore. As necessidades do bebê são grandes e podem ser desgastantes, se necessário peça ajuda a alguém, para que você possa descansar.

Fonte:
http://www.maternidadeconsciente.com.br/ e complementado (fonte em itálico) com nossa experiência aqui em casa.

Beijo materno,

Nathalie